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OliveirArquiteto - Virtua Mesa #01

Atualizado: 11 de mai. de 2022

Com muito prazer, a cada duas semanas, traremos entrevistas com players ativos de Virtua Fighter aqui no Brasil. Esta série é uma que foi ideia do Jack Jay e que também será postada futuramente em outro blog com traduções para outras línguas. Dada a proximidade com a comunidade japonesa, entramos em contato com o veterano OliveirArquiteto, um exímio jogador main de Wolf e fã da série desde seus primórdios. Segue a entrevista:

Nota: kkkkk no Brasil funciona como o wwww do japão, uma forma de expressar riso, gargalhada, apesar de ser mais ligado foneticamente ao 'hahaha' que à contraparte japonesa.



GFRJ: Fale um pouco de você e porque você gosta tanto de Virtua Fighter? Joga a série desde quando?


OliveirArquiteto e Virtua Fighter 2 (1994)

OliveirArquiteto: Sou apaixonado por jogos eletrônicos desde que me conheço por gente...kkkk Frequentei muito tempo fliperama e, posteriormente, videorama também!

Pra mim, ser gamer nos anos 90, foi como participar do nascimento de uma contracultura, enquanto a grande maioria dos meus conhecidos faziam as "coisas da época" e só, eu tinha meio que um universo paralelo. Temas e debates que ninguém, além do nosso círculo, sabia do que exatamente estávamos falando. Virtua Fighter surgiu nos arcades em 1993, e eu acompanhei o nascimento da franquia! Eu vi as imagens do jogo sendo exibidas nas revistas e achava que esse jogo seria uma merda!!!! Kkkk Aqueles personagens feitos de "lego", (foi bem essa frase) isso é meio bizarro! Kkkkkk Pouco depois do lançamento, um fliperama aqui do centro de Sampa recebeu o Arcade, e fui até lá pra ver... ... Foi a primeira vez que eu vi uma câmera voando livre e girando pra mostrar o replay do momento que definiu a luta! Que foda!!!!!!!!! Foi o que pensei. O movimento dos personagens, os estilos de luta, tudo era diferente e original. Virtua Fighter era 100% original! Lindo! Foi amor a primeira vista... Kkkkkk E assim começa esse caso de amor... Isso foi no final de 1993.




GFRJ: Qual foi o jogo que despertou seu interesse pela parte competitiva? Pode compartilhar um pouco desse experiência conosco?


OliveirArquiteto: Para mim, foi Virtua Fighter! Logicamente, eu já tinha jogado inúmeros jogos competitivos. Desde Decathlon no Atari, passando por jogos de verão (Califórnia Games) no Master System, até os Street Fighters da vida. A grande diferença foi que em VF eu queria ser bom! Eu jogava e rejogava. Executava a lista de golpes das revistas até dominar todos os 8 lutadores do jogo! Chegou ao ponto de ninguém querer jogar contra... Kkkkk Quando eu ia no videorama só escutava: Vixiiiii! Esse aí é febrão... Kkkk Tenho saudades do meu Sega Saturn.



GFRJ: Apesar do Brasil ser um dos cinco países que tem mais jogadores de Virtua Fighter (passando até o Japão, em quantidade), quais você acredita serem os motivos que fazem o Brasil não ser tão visto pelo exterior?

OliveirArquiteto: Quantidade não é sinônimo de qualidade! Não temos muitos users ativos de verdade aqui no Brasil. Sabe aquela história que falei do videorama? Ainda hoje os caras das antigas se reúnem em fliperamas no Japão! Lá é cultural, é outra parada... Pra sermos vistos lá fora, precisamos, primeiro, construir uma cena aqui dentro. Não acha?




GFRJ: Fora do Japão, Nova Iorque é um dos cenários mais fortes de Virtua Fighter. Há algum jogador de lá que você gostaria de conhecer ou enfrentar?


OliveirArquiteto: Pra ser bem sincero o único players estadunidense que eu conheço de verdade é o ChiefFlash (Wolf Player), que se não me engano é do Texas! De resto conheço mais a japonesada mesmo... Kkkkkkkk




GFRJ: Na sua opinião, qual personagem você apontaria como o mais simples de jogar e por qual motivo? E qual você indicaria pra iniciantes?


OliveirArquiteto: Falam muito no Jacky, mas eu acho que é a Pai. Ela é bem fluida e possui, na minha opinião, a mecânica mais simples entre todos os personagens.




GFRJ: E qual personagem você mais detesta de jogar contra?

OliveirArquiteto: Lion seu maldito... Kkkkkk Desde o VF 2 é um personagem "chato"... Lion é um personagem quebrado, é uma mistura de Akira e Jacky! Sei lá... Esse estilo do Louva-Deus é bem imprevisível, tornando difícil de ler o gameplay. A japonesada curte bastante jogar de Lion.




GFRJ: Virtua Fighter é conhecido, pelos próprios japoneses, como um dos jogos de luta mais difíceis. Em quais momentos do jogo você sente essa complexidade?


OliveirArquiteto: Virtua Fighter não é difícil, quando usamos essa palavra: difícil; faz soar que é um jogo mal desenvolvido. Virtua Fighter é técnico, é o tipo de jogo que te surpreende pela quantidade de opções de gameplay. Essa complexidade aparece quando vemos dois players diferentes usando o mesmo personagens, mas percebemos exatamente que o gameplay de cada um é único!


GFRJ: Que tipo de competição, no Brasil, te deixaria mais empolgado ainda sobre Virtua Fighter?


OliveirArquiteto: Sou cria de uma mistura entre fliperama e videorama, então, gostaria sinceramente de algo presencial. Seria bom reviver os dias de glória em VF2... Kkkkkkk


Considerações finais:


OliveirArquiteto: Virtua Fighter 2 foi o que eu mais me dediquei. Foi o que eu mais tive com quem jogar contra! Ainda hoje quando rodo ele no emulador da Model 2 fico impressionado com a qualidade desse título! Infelizmente, por motivos que eu não quero enumerar aqui, o VF 3, 4 e 5 acabei ficando praticamente no single player, famoso arcade mode...kkkk Estou muito feliz por VFes ter vindo a lume e por poder voltar a jogar contra pessoas novamente! Pessoas do mundo todo... Era completamente impensável, pra mim, poder fazer parte da cena japonesa, mesmo que em uma live discreta de "aposentados" kkkkkkkk. E é bem isso mesmo, não tenho mais o mesmo reflexo e concentração, nem o tempo que eu tinha, mas o amor continua idêntico. Virtua Fighter me proporcionou muita coisa, me fez conhecer coisa novas, e não parou não! Todo o intercâmbio que ainda hoje está me proporcionando! Só posso agradecer. Um grande abraço.

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