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semrosto - Virtua Mesa #04

Esta era uma entrevista que eu já há muito expectava concretizar. Talvez um dos padrinhos da comunidade de VF no Brasil, vindo do círculo de Brasília - nossa capital - que fora o berço dos principais jogadores da série dos vindouros anos 2000, semrosto (ou MatsukyoShiro em sua conta alternativa) é decidademente um dos mais flexíveis e consistentes players de jogos de luta e - principalmente - de Virtua Fighter / Street Fighter que conheço. Seu nick é reconhecido e respeitado na comunidade internacional, desde dos vindouros lobbies de VF5 no Xbox 360.


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GFRJ: Fale um pouco de você e porque você gosta tanto de Virtua Fighter? Joga a série desde quando?


semrosto: Um player "old school" que jogava muito nos arcades nos anos 90, amante das artes, principalmente nos games, além de entusiasta das artes marciais. Dessa maneira, seria pouco provável não ser apaixonado por Fighting Games. Eu acompanhei o lançamento das grandes franquias e a cada passo de inovação me sentia cada vez mais seduzido pelo gênero. O primeiro Virtua fighter me impactou muito, foi quase como um novo SF2, ainda mais para um fã dos games do Yu Suzuki como After Burner e Out Run, lembro que foi o primeiro game que coloquei no meu Saturn no Natal de 1995.



Excelente arte cedida pelo nosso querido semrosto

GFRJ: Qual foi o jogo que despertou seu interesse pela parte competitiva? Pode compartilhar um pouco desse experiência conosco? (Não precisa ter sido VF, e pode falar sobre sua trajetória nesse outro)

semrosto: Sempre competi com meus amigos, geralmente fazíamos um rodízio de games de luta tanto nos consoles quanto nos arcades. Marcávamos o dia da treta e todo mundo se reunia para jogar. Com a chegada dos games de luta 3D, dividiu opiniões no meu grupo e muitos apesar de impressionados, detestaram e não faziam questão de aprender. Enquanto eu só agregava mais games a minha lista de preferidos e Virtua Fighter era um deles. E falando especificamente da franquia da SEGA, foi só no VF2 em diante que consegui encontrar pessoas para jogar um PvP de forma mais competitiva. E quando lançaram a versão de Saturn fiquei impressionado e reafirmava meu gosto pela franquia. Depois disso, acho que o Tekken 3 foi o maior responsável por me fazer aprofundar ainda mais nos games de luta 3D.



GFRJ: Virtua Fighter é conhecido, pelos próprios japoneses, como um dos jogos de luta mais difíceis. Em quais momentos do jogo você sente essa complexidade?

semrosto: Olhando diretamente para versão mais atual da franquia US, o jogador tem que ter em mente várias estratégias e outras que são criadas conforme a dinâmica do game vai se desenvolvendo; até aí, isso é algo comum e natural aos games de luta. Mas quanto mais me aprofundo em VF, vejo que ainda há um abismo a ser explorado. O jogador tem que conhecer bem as diversas ferramentas que o jogo dispõe. Como em um jogo de Xadrez, é preciso entender o funcionamento das peças.


Traduzindo para o VF, entender os movesets dos personagens, dominar os fundamentos, uma punição melhor otimizada e como se movimentar no tabuleiro, ops Ring. A outra parte está mais

ligada ao jogo de Poker, entender como seu adversário funciona, quais os vícios e que dificuldades ele demonstrou para então explorar isso durante o jogo.



Eu gosto de parafrasear as palavras do Fuudo quando venceu uma EVO jogando com Fei-long em SF4: ele disse numa entrevista que a diferença de treino entre as duas franquias é que em SF você treina para entender o personagem e em VF tenta entender o Player. Acho este insight bem emblemático, considerando que, em VF, você pode chegar à vitória de maneira alternativa ao K.O. Por exemplo: pressionar o adversário e conseguir um ring out, às vezes, até de forma inusitada.


GFRJ: Que tipo de competição, no Brasil, te deixaria mais empolgado ainda sobre Virtua Fighter?

smrosto: Se me fizessem essa pergunta antes do lançamento de VF5US eu simplesmente seria cético sobre qualquer competição de Virtua Fighter no Brasil. Nos últimos anos eu jogava raramente com amigos do Whatsapp da XboX Live/PSN a versão Final Showdown que já estava bem abandonada pelo próprio grupo. Porém, depois de participar dessas ligas casuais, dos eventos de FT10 e toda mobilização para uma Liga brasileira e com players cada vez mais dedicados, pude ver uma luz para os jogadores brasileiros. E como todo jogador de VF no Brasil é naturalmente carente, uma liga online como a Poró já é algo relevante.



GFRJ: Na sua opinião, qual personagem você apontaria como o mais simples de jogar e por qual motivo? E qual você indicaria pra iniciantes?

Eu comecei jogando com Jacky e Sarah no primeiro Virtua Fighter, eu achava que eles tinham um visual legal, coincidentemente ambos são recomendados pela SEGA para iniciantes, acrescentaria o Goh que está menos "burocrático" que suas versões anteriores e o Lau que vi muita gente indo longe começando com ele.



GFRJ: E qual personagem você mais detesta de jogar contra?

semrosto: Acho que o Taka por ter combos específicos e ser difícil de derrubar, agora jogando com lag certamente o Lion é o mais irritante.




GFRJ: Com qual personagem você joga e por qual motivo te fez escolher este personagem?

semrosto: Minha main character é a Vanessa, gosto dela desde quando foi anunciada em VF4. Porém precisou do refinamento de VF4EVO em diante para que eu passase a jogar com ela em definitivo (obrigado Hiroshi Kataoka). Desde o lançamento da personagem houveram muitas mudanças em seu gameplay. O mais importante é que podemos ter em VF personagens grapplers originais como Vanessa e Goh que não sejam necessariamente um brucutu como Wolf ou algum derivado de Zangief. Além disso Vanessa tem uma certa complexidade, saber quando usar ofensive e defensive stance durante o round era algo bem novo. Sempre que posso, busco melhorar meu jogo com ela, mesmo que com Jacky ou Sarah muitas vezes consiga chegar â vitória com mais facilidade. Com a Vanessa, o jogar é mais dinâmico e divertido.




GFRJ: Dicas para quem está começando para além de escolher um boneco?

semrosto: Se for começar pelo US, entenda que é um game limitado aos elementos competitivos. Infelizmente, não há diversão extra em modos offline como Tekken e Soul Calibur. Com isso em mente, adicione os jogadores da sua região para que possam treinar e se divertir juntos, criem um círculo de jogatina. Isso mesmo, "diversão". Incomoda-me essa mania de Pro-players que assola toda comunidade, cheios de vaidade e imposições de como os outros têm que jogar com base em tier lists. Esse tipo de atitude é nociva na pequena comunidade de VFBR. Não tenham receio de enfrentar adversários mais fortes e, a cada necessidade, vá para o modo treino e pratique. Certamente isso lhe ajudará aos poucos a se aprofundar nas mecânicas do game.


Não há dia ruim ou oponente imbatível para semrosto!

Clique na imagem para assistir a seu embate contra ChiefFlash, um dos proeminentes players da cena norte-americana!


GFRJ: Apesar do Brasil ser um dos cinco países que tem mais jogadores de Virtua Fighter (passando até o Japão, em quantidade), quais você acredita serem os motivos que fazem o Brasil não ser tão visto pelo exterior?

semrosto: Surpreso com essa estatística, acho que isso só reforça o quanto a SEGA não tinha nenhum propósito além de relançar uma versão comemorativa de 60 anos da empresa e limitada aos poucos saudosistas japoneses. E vejo que o Brasil tem sim seu lugar reservado para games de luta, mas infelizmente VF não é o foco, uma vez que a SEGA sequer localiza a maioria dos seus games de maior sucesso para às terras tupiniquins.


GFRJ: Fora do Japão, Nova Iorque é um dos cenários mais fortes de Virtua Fighter. Há algum jogador de lá que você gostaria de conhecer ou enfrentar?

semrosto: Não me recordo quais são especificamente os jogadores de NY, mas dos NA que esbarrei algumas vezes jogando online acho que o GentlemanThief foi o mais forte que enfrentei e certamente aprenderia muito se pudesse jogar contra alguém desse nível sem lag.




GFRJ: Que tipo de jogador você se considera ?

semrosto: Sou um jogador casual, o que me diferencia de outros players e talvez me faça ter um bom desempenho é focar no game que mais gosto. Quando saiu SFV eu esqueci VF e depois de ter me cansado um pouco do game da Capcom, a SEGA lançou VF5US. Então eu fico saltando de game em game. Se me convidarem para jogar DOA, Soul Calibur, Tekken, GT7 eu topo, tudo pela diversão.


Considerações finais:

Aproveitar e agradecer ao GrayFox por conseguir mesmo com altos e baixos manter a comunidade mais ligada. Buscar unir os jogadores que estão nas redes sociais, Discord e Whatsapp, imagino o quão difícil é fazer essa ponte. E com essa iniciativa sempre temos algum evento para poder jogar desse game que amamos.

Grande abraço e adicionem o Semrosto e busquem seus vídeos no Youtube https://www.youtube.com/c/Semrosto e na twitch em https://www.twitch.tv/matsukyoshiro


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